“Sonhamos com um mundo ainda por vir,
onde não vamos mais precisar de aparelhos eletrônicos,
com seres virtuais para superar nossa solidão,
e realizar nossa essência humana de cuidado e gentileza (...).
Sonhamos com o cuidado assumido como o ethos fundamental do humano
E como compaixão imprescindível para com todos os seres da criação”
(BOFF)
Esta epígrafe leva a refletir sobre que mundo é este que construímos. O Preâmbulo da Carta da Terra conduz-nos a este entendimento.: “a Humanidade é parte de um vasto universo em evolução. A Terra, nosso lar, está viva com uma comunidade de vida única. Os padrões dominantes de produção e consumo estão causando devastação ambiental, redução dos recursos e uma massiva extinção de espécies. Comunidades estão sendo arruinadas. Os benefícios do desenvolvimento não estão sendo divididos eqüitativamente e o fosso entre ricos e pobres está aumentando..:”
Os padrões dominantes de consumo estão causando devastação e não apenas ambiental, devastação no homem e sua essência.
O homem vê-se em um conflito, um embate que trava consigo mesmo, em seu “habitat” por, dentre outras questões, não ser capaz de conciliar valores que o conduzam à felicidade sem ser culpado pela infelicidade de outros. Neste conflito se torna impossivel harmonizar Ecologia com Economia. Curioso é que ambas possuem a mesma raiz grega, ekos, Oikos = Eco (nossa casa). É exatamente nesta Casa que o homem tem se convertido em um perigo para si mesmo e para a biosfera, conduzido pela cobiça extremada, o egoísmo, o eucentrismo. A crise econômica é fruto se suas próprias ações.
Na mesma proporção em que foi crescendo a nossa habilidade de lidar com máquinas cada vez mais complexas fomos perdendo a nossa capacidade de nos relacionarmos uns com os outros; na medida em que fomos fazendo do nosso trabalho criativo algo a ser visto como uma mercadoria qualquer, atendendo muito mais aos apelos do consumo e às questões de sobrevivência do que a plenitude da vida.
Estamos condenados a uma vida cega de conhecimentos, solitária de amor e ternura, e praticamente abandonados. O homem está cada vez mais sozinho e, com certeza, se deixando fechar-se em si mesmo, esquecendo-se de cuidar de si, das coisas ao seu redor, do outro e do mundo onde vive.
O bem-estar não pode ser apenas nosso, ele tem que atender aos demais seres da natureza, como as águas, as plantas, os animais, os microorganismo, pois todos juntos constituem a comunidade planetária, na qual estamos inseridos, e sem os quais nós mesmos não viveríamos.
A grandiosidade do ser humano reside na sua própria essência.A banalidade do mundo em que vivemos leva-nos a dar uma importância desmedida e incontrolada ao que aparentamos ser, ao invés de valorização pouco conceituada daquilo que somos realmente "cá" dentro.
Já existem milhões de pessoas no mundo vivendo uma realidade mais consciente, mais espiritualizada e amorosa e termino acreditando em um dia a visão do grandioso Leonardo Boff se tornar uma realidade planetária:
A grandiosidade do ser humano reside na sua própria essência.A banalidade do mundo em que vivemos leva-nos a dar uma importância desmedida e incontrolada ao que aparentamos ser, ao invés de valorização pouco conceituada daquilo que somos realmente "cá" dentro.
Já existem milhões de pessoas no mundo vivendo uma realidade mais consciente, mais espiritualizada e amorosa e termino acreditando em um dia a visão do grandioso Leonardo Boff se tornar uma realidade planetária:
"Hoje nos encontramos numa fase nova na humanidade. Todos estamos regressando à Casa Comum, à Terra: os povos, as sociedades, as culturas e as religiões. Todos trocamos experiências e valores. Todos nos enriquecemos e nos completamos mutuamente. (...)
(...) Vamos rir, chorar e aprender. Aprender especialmente como casar Céu e Terra, vale dizer, como combinar o cotidiano com o surpreendente, a imanência opaca dos dias com a transcendência radiosa do espírito, a vida na plena liberdade com a morte simbolizada como um unir-se com os ancestrais, a felicidade discreta nesse mundo com a grande promessa na eternidade. E, ao final, teremos descoberto mil razões para viver mais e melhor, todos juntos, como uma grande família, na mesma Aldeia Comum, generosa e bela, o planeta Terra."
Casamento entre o céu e a terra.
Aos poucos... todo dia um pouquinho...cada um pode rever seus hábitos de consumo, aprendendo a conviver, a mostrar seu carinho e generosidade, alimentar o amor, o contato humano, aumentar a capacidade de sentir, viver e conviver, aprender a cuidar do planeta,não imaginamos mas as pequenas atitudes são as mais importantes.
A essência da vida humana está dentro de cada um, e todas as respostas estão dentro do ser humano, basta querer achá-las.
De tudo que fica são suas ações...sua essência....e mais nada...
Mas como dizem é preciso chuva para florir!!!
Um abraço
Um abraço
Paz e Luz
Paula
2 comentários:
Estamos presenciando uma inversão de valores social e cultural onde o bem-estar coletivo não tem valor, e sim o egocentrismo e individualismo.
Ao mesmo tempo cada vez mais ganha força o movimento ambiental que visa à qualidade de vida para todos os seres viventes, reconhecendo-os como filhos de uma mesma mãe “TERRA”, seres pensantes ou não, gostando ou não essa é a única casa que temos assim cabendo a nos mesmos mudar a trajetória da destruição para a sustentabilidade.
Temos que primeiramente nos conhecer melhor (auto-conhecimento), compreender (resgatar os valores), e comprometer (visando o bem estar comum), acredito que estamos em um caminho longo mas na direção certa, a mudança precisa surgir de dentro para fora de cada ser, temos que nos amar, nossa melhor parte e também a pior, amar a vida, amar o próximo, amar a nossa casa em comum, amar os seres....Depois que começa a brotar dentro do “eu” ele começa a florir para fora como um jardim, onde temos a oportunidade de cruzar na nossa trajetória planetária jardins floridos no meio de tantos sem vida, e aquele florido nos chama a atenção, desperta nossos sentidos para a vida, sua beleza toca o coração, isso é o amor a semente para germinar e dar vida a outro jardim sem vida.
E você Paula é um jardim em plena atividade, sempre florido, com frutos e sementes semeando aqueles sem vida, alguns pode vir um dia a dar novas flores, outros não, mas mesmo assim você continua espalhando suas sementes para um futuro melhor.
Muitos beijos para você, e parabéns pelo post.
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